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Arthur D'Antas

Arthur é o anti-ator. A persona por trás das personas, fugidia e inevitável, gentilmente se impõe. Buscamos neste ensaio mesclar as estéticas de algumas delas: os tons terrosos evocam a terra batida das estradas interiores – mansas e prestativas – que dialogam com os poemas de seu autor favorito, João Cabral de Melo Neto; já as cores, remetem ao universo necessariamente ameninado de d'Antas.


As fotos foram feitas na sala de casa, com objetos e cenário improvisados.

Para conferir o ensaio completo envie uma mensagem.

João Cabral, personificado aqui através do Arthur, ensina Drummond a lidar com a pedra no caminho:

A Educação pela Pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
Para aprender da pedra, frequentá-la;
Captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
Ao que flui e a fluir, a ser maleada;
A de poética, sua carnadura concreta;
A de economia, seu adensar-se compacta:
Lições da pedra (de fora para dentro,
Cartilha muda), para quem soletrá-la.

Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
E se lecionasse, não ensinaria nada;
Lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
Uma pedra de nascença, entranha a alma.

João Cabral de Melo Neto

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